quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Dançando sozinho - ou comigo mesmo

Apenas poucos já ouviram o clássico de Billy Idol, Dancing with myself, do inicio ao fim prestando atenção na poesia e na coerência dos seus versos. Por mais que muita coisa brega tenha se apegado ao rock – a vanguarda dos fashionistas – nos anos 80, a poética de suas letras nunca foi discutida. Pelo que sei, Billy Idol integra a hit parade de boates alternativas, góticas, roqueiras e (pasmem) trashers, ou seja, recintos que dedicam a noite a tocar o mais escalafobético da música nacional e internacional, de preferência velharia nostálgica de conjuntos que perduraram nas paradas única e exclusivamente enquanto esse ou aquele hit ecoava repetidamente pela cabeça da juventude - no máximo um mês se o material fosse de boa qualidade – e depois foram absorvidos pelo buraco negro do esquecimento.

O problema é que vêem o bom e velho rock and roll pela forma (kitsch, ok) e não mais pelo conteúdo. Os roqueiros dos anos 80 – pais dos performers e coreógrafos - eram sensíveis como crianças e mordazes como Peter Pan. É justo achar que Billy Idol, Bowie, Freddy Mercury e Cindy Laupper inovaram no jeito de serem vistos e no timbre de como cantar com emoção e violência dignamente, era isso que sentiam. Hoje sua figura é o banal do trash, mas não é só isso. Suas letras não passam de uma utopia tão distante para o rock de hoje em dia, viraram piada. Nunca mais ouvi nada estimulante depois We are the Champions ou nada mais amigável que Shiny Happy People.

Entrar nesse blog, para mim, representa retomar o grito destes que passearam na última caravana musical antes do monstro da hiper-tecnologia minimalista assassina de LPs, K7s e de aparelhos de som que ocupavam metade da sala entrar em ação e, com cerol, cortar as pipas da virilidade e esculhambação que só a vida desplugada e retardada pode nos dar. Não pretendo ficar com saudosismos vagos e não apontar nenhuma solução. Não quero é me travar aos novos chatos, pessoas que não viram a Chaves e Vila Césamo nem prezavam por programas ridículos, porém felizes, como violência gratuita entre amigos, novelas de época e acampamentos no próprio quarto.
Billy Idol escreveu:

When there's no-one else in sight
In the crowded lonely night
Well I wait so long
For my love vibration
And I'm dancing with myself

Faço minha coluna sob esse mote. Quero que todos sintam o que Billy sentiu quando escreveu Dancing with Myself. Deveria ele estar com diarréia, sozinho. Poderia estar voltando de uma noitada daquelas. Ou poderia estar sozinho na calada da noite esperando pelo amor, ou por alguém que o oferecesse a um preço agradável, e se viu sozinho. Isolado. Todos nós dançamos sozinhos, esperando alguém nos estender a mão ou abrirem a rodinha. Só que todos quedam cada vez mais sozinhos, errando com cabos brancos ligados a cabeça, presos ao teclado, plugados em games; o espaço de vida está dentro de uma bolha.

O rock – que para muitos é o porta-voz da juventude – está reduzindo a grupinhos de nerds que pretendem falar de suas manias existenciais, não de amor. Do Amor. Preferem seu penteado a cena política. Acham sua noite passada (que sempre foi e sempre será) igual às outras, mas insistem em contar os detalhes.

Van Hallen arriscava sua pele em saltos ornamentais e gritando “Jump!”, hoje faria sucesso? Dificilmente. Por que? Ninguém quer mais pular, ninguém mais desafia o capitão do time de futebol para roubar-lhe a namorada. Billy Idol viu isso, 20 anos antes:

If I looked all over the world
And there's every type of girl
But your empty eyes
Seem to pass me by
Leave me dancing with myself

Ele já sabia que, cedo ou tarde, estaríamos dançando sozinhos. Não que o rock seja a única saída, uma bola de cristal ou a mãe da rebeldia, mas para ilustrar exemplos de comportamentos oblíquos que mudaram a societeé, é um ótimo meio. E anoto: Billy prefere não pensar assim, e diz:

If I had the chance
I'd ask the world to dance
And I'll be dancing with myself

O que resume o que eu pretendo passar com esse ensaio. Não se deve dançar sozinho, mas consigo mesmo. Se houver a chance de chamar todos para dançar, chame e não se restrinja as conseqüências de dançar sozinho – o que na prática não mudaria sua vida em nada-, pois assim você já está. Não custa dar o braço a torcer. Vai lá: passe um dia todo sem usar nada que venha de uma tomada ou sem pensar em nada que tenha os prefixos e- ou i. Impossível? Chame todos para dançar! E se possível use roxo apertado nas pernas e pinte seu cabelo de loiro.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Farofa-fa !

Postei.

Foi rápido, com o namorado, claro. Adorei.

bjos
Maitê

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

E Mari, sou o Rei das Postagens!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Chegou! Chegou!

Agora é todo seu Paulinha, saravá;